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Entenda como o Canadense faz pitch e seus diferenciais.

Recentemente, tive o privilégio de participar de um evento de fundraising de startups canadenses durante a Semana do Empreendedorismo da Universidade de Toronto. Com mais de 100 startups inscritas, apenas 10 foram selecionadas para apresentar seus pitches diante de três árbitros do ecossistema: Tanay Delima, Maura Campbell e Nishant Raizada. Essa experiência proporcionou insights valiosos sobre as abordagens canadenses, os quais compartilho aqui, traçando paralelos com o cenário brasileiro de startups.

Como foram os Pitches Canadenses? Eram sessões de 3 min de apresentação cada

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Os empreendedores canadenses foram desafiados a seguir uma estrutura clara em suas apresentações, abordando tópicos cruciais:

  • Articulação clara do problema, evidenciando fatores negativos versus soluções, apoiados por dados e custos médios.
  • Apresentação da solução 
  • Apresentação de um plano/roadmap, incluindo contratos e parcerias, destacando a importância e impacto no mercado.
  • Apresentação de trações, sucesso financeiro e marcos alcançados.
  • Exploração do potencial e escalabilidade do negócio.
  • Visualização do mercado/cliente-alvo (TaM, SAM, Som).
  • Destaque para as habilidades da equipe e habilidades de comunicação.

Ao final de cada apresentação, um Q&A rápido de 3 minutos proporcionou perguntas desafiadoras, abordando desde os maiores riscos até questões regulatórias e de privacidade.

O que me marcou? O diferencial dos canadenses

O que mais chamou minha atenção foi o elevado nível técnico das startups canadenses. Tanto os empreendedores quanto os investidores e membros dos conselhos das startups eram especialistas, muitos deles com PhD na área. Suas trajetórias acadêmicas destacavam não apenas pesquisas e artigos, mas uma profunda dedicação à especialidade na construção de produtos e soluções. As apresentações eram tecnicamente ricas, com dados, gráficos e evidências quantitativas.

Por outro lado, senti falta de uma conexão entre a parte acadêmica/técnica e a garra empreendedora característica dos brasileiros. O mix entre ambas as culturas poderia gerar empreendedores ainda mais completos. Um ponto marcante foi a vencedora, que não apenas possuía a expertise técnica, mas dedicou 15 anos ao conhecimento sobre despoluição da água, trazendo uma conexão emocional com sua história e paixão em solucionar a dor em seu pitch. Ela não apenas apresentou uma solução técnica, mas envolveu a plateia com uma narrativa cativante, conectando o lado de negócios com seu projeto de vida.

Minhas conclusões

Na verdade, o que senti falta foi realmente conectar a parte teórica acadêmica com a prática. Não basta ter apenas conhecimento acadêmico; é crucial mostrar que você foi para o campo, para o mercado, vivenciou, experimentou, tentou montar uma empresa e enfrentou desafios. A valorização dessas experiências, mesmo quando resultam em testes e falhas, é o que diferencia empreendedores que realmente tiveram resiliência em fazerem acontecer.

Além disso, as apresentações foram predominantemente técnicas, carecendo de um apelo mais comercial e de um design atrativo. A falta de emoção nas anotações e a conexão visual pouco envolvente deixaram a desejar. Em um ecossistema global competitivo, é essencial não apenas ser técnico, mas também vender a ideia de forma emocionalmente impactante.

A vencedora ganhou $40.000, a segunda colocada $20.000 e a terceira $10.000. Vale ressaltar que o evento era parte de um programa dentro da Universidade de Toronto, proporcionando capital de fomento sem compromissos ou dívidas, um verdadeiro estímulo ao ecossistema.

Toronto Canadá

Stéfano Helou Frontini
Post by Stéfano Helou Frontini
Março 08, 2024
Com mais de 13 anos de mercado e já tendo crescido 4 empresas, destaco-me como um especialista estratégico de crescimento de negócios de tecnologia. São 11 anos de mercado financeiro somados a 8 anos de empreendedorismo. Sou formado em Engenharia de Produção pelo IMT e pós-graduado em Direito do Mercado Financeiro pelo Insper. Hoje moro em Toronto no Canada e por isso trago aqui também comparações sobre ambas as culturas e suas mentalidades. Este é um projeto de educação ao qual busco compartilhar meus estudos técnicos e aprendizados práticos sobre capital, mindset ágil e business development. Se você busca conhecimento e resultado, aqui é o lugar.

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